Wolff opina sobre Red Bull ter duas equipes: "Temos que ver o regulamento"
- Marcos Gil
Um dos tópicos mais debatidos antes do início da temporada era se a mesma empresa poderia ou não ser proprietária de mais de uma equipe de Fórmula 1. De acordo com os regulamentos atuais, isso é permitido, mas pessoas como Zak Brown querem que isso mude. Toto Wolff e Frederic Vasseur estão agora se envolvendo na discussão, que na verdade se concentra na Red Bull.
A empresa austríaca tem a Red Bull Racing e a Visa Cash App RB (VCARB). O CEO da McLaren teme que essa situação não seja saudável para o esporte, pois facilitaria muito a troca de informações entre as equipes. Por outro lado, há vozes que dizem que no futebol, por exemplo, as equipes do mesmo proprietário também poderiam simplesmente jogar umas contra as outras.
Vasseur vê dois lados do problema
Questionado sobre o assunto, Vasseur diz que há duas questões: "A primeira é a propriedade da equipe e a segunda são os regulamentos técnicos. Você pode imaginar que há cooperação, mesmo que não esteja sob a mesma propriedade. Há uma separação clara nos regulamentos e cabe à FIA decidir se algo é preto ou branco. Para mim, isso sempre foi claro e respeitado".
"Ser proprietário pode levar a situações extremas no futebol. Mas também devemos lembrar que, há dois, três ou quatro anos, todos estavam felizes com o fato de a Red Bull estar financiando uma equipe, em um momento em que o esporte estava com dificuldades. Não devemos nos esquecer disso", argumenta Vasseur.
Wolff quer clareza para o futuro
Toto Wolff, proprietário e CEO da Mercedes, concorda com o raciocínio de Vasseur e Brown. "Acho que o esporte deve muito à Red Bull", diz o austríaco. "Eles têm duas equipes, financiam-nas, têm um ótimo programa de juniores, um circuito e muito valor de marca. Portanto, eles não são como qualquer outra equipe menor. Portanto, acho que no nível dos acionistas da F1 é uma discussão bastante difícil com base nessa contribuição".
"Mas, por outro lado, somos um esporte com construtores e acredito que, com a mesma participação acionária, o mesmo local e instalações compartilhadas, sempre haverá alguma ambiguidade entre os concorrentes e acho que temos que analisar os regulamentos. Ele são suficientemente robustos? Eles (a Red Bull) são controlados suficientemente bem para que pareçam adequados para nós? Estamos vendo possíveis brechas? E o que precisamos para 2026?", questiona Wolff.
De acordo com Wolff, este último aspecto é especialmente relevante para o futuro: "Defina regras que façam com que todos se sintam confortáveis com a situação. Desde as pequenas equipes que usam essa colaboração, como a Haas, porque será muito difícil para elas se manterem sozinhas, até as equipes que não têm relações com outras, ou nenhuma relação de cliente, até as grandes equipes no outro extremo do espectro que têm participações conjuntas e os mesmos locais. E acredito que esse é o ponto que precisamos abordar, que todos estejam de acordo".